terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Diário dos Cuidados com a Cidade: O PORTO

Sempre que transito ao largo do muro da Mauá fico imaginando os impactos que a recuperação do Porto provocará no Centro Histórico, especialmente. Desde que cheguei aqui do longínquo Goiás ouço falar da grande enchente, de pessoas que cresceram em contato com as águas do Guaíba, freqüentaram as proximidades dos Armazéns. Nestas conversas, sempre uma ponta de melancolia e outra de esperança se misturavam.

Nosso Porto é, em si mesmo, um arquivo vivo de Porto Alegre, o marco zero da aventura que foi e ainda é construir esta aldeia. Onde aportaram e zarparam sonhos; de onde subiu a “criatura urbana”, que se espalhou para todos os horizontes.

Alegria é o que percebo nas pessoas que embarcam no catamarã e fazem a travessia até a cidade de Guaíba. Mais alegria ainda com as novas paradas projetadas, uma até o Barra Shopping e outra até as Ilhas. Incrível como custamos a arregaçar as mangas para traçar rotas de novas aventuras e de convivência.

Outro dia, olhando para o majestoso Portal de entrada do nosso porto, do qual deveria ser rasgada uma via até a Praça da Matriz – imaginação lá dos primórdios da nossa história – e num átimo voltando o olhar até a Praça da Alfândega recuperada, pude ouvir a algazarra divertida de porto-alegrenses desfrutando um Centro Histórico transformado, com a mesma rapidez com que as comunidades mais empobrecidas tratam de reformar suas casas, seus pátios, toda vez que a urbanização chega até a periferia de nossa cidade. Um certo cinza de melancolia é, imediatamente, colorido com os novos horizontes que se abrem.

E não é que as obras do Porto já começaram?          

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