quinta-feira, 13 de março de 2014

ARTIGO: Toda violência deve ser castigada

A violência é o confinamento da política na impotência do medo, este sentimento que Hannah Arendt atribuiu, como princípio, aos regimes totalitários. Porque a política é o território da palavra e da persuasão sem constrangimentos. Por isso, desde a tragédia do socialismo real, compreendemos que toda violência deva ser castigada.

Neste sentido, a selvageria promovida pelo Bloco de Lutas, segunda-feira, no Ginásio Tesourinha, deve ser repudiada incondicionalmente. Centenas de porto-alegrenses dirigiram-se á Audiência Pública, promovida pela Prefeitura, na expectativa de realizar um amplo debate sobre o edital de licitação dos ônibus. Desejavam analisá-lo, criticá-lo e contribuir para a melhoria do sistema de transporte coletivo da cidade. Moradores da Lomba do Pinheiro, da Cruzeiro e tantos outros foram calados pelos rojões disparados pelos hooligans, como se mirassem contra seus argumentos, para impor um silêncio  á democracia participativa.

Até então já havíamos percorrido as 17 regiões do Orçamento Participativo, discutindo o edital com centenas de moradores que têm no ônibus seu único meio de transporte, conhecendo de fato suas virtudes e limites.

Foram encontros onde a palavra e a espontaneidade asseguradas, resultaram em inúmeras propostas de melhoria para o sistema e onde consolidamos as conquistas, tais como o ar condicionado, que será obrigatório para toda a frota e o elevador para pessoas com deficiência. Mas também avançamos com o controle da bilhetagem eletrônica pela Prefeitura; a revisão da freqüência das linhas; o aumento do número e da capacidade dos ônibus; um bônus para as empresas que, através da qualidade do serviço, alcançarem um maior número de usuários e a criação de um Conselho de Usuários, por empresa operadora, composto por moradores, que irão fiscalizar  toda a realidade do serviço prestado pelas empresas e pela Carris.

Realizaremos a primeira licitação pública dos ônibus da história de Porto Alegre. Este processo se insere num quadro de profundas transformações que estamos promovendo na mobilidade urbana em nossa cidade, com os BRTS, ciclovias, transporte hidroviário e, futuramente, o metrô. Uma intervenção desta monta contraria interesses, políticos e econômicos. Talvez a violência seja um sintoma destas mudanças e mais democracia a terapia adequada.

Sebastião  Melo
Vice-Prefeito de Porto Alegre

sexta-feira, 7 de março de 2014

A Esperança e a Mudança têm nome no RS: José Ivo Sartori

O PMDB do RS escolherá seu candidato a Governador no próximo dia 15 de março. Caberá aos Delegados á Convenção Estadual, Presidentes Municipais do Partido, Vereadores, Prefeitos e Vice-Prefeitos, a difícil tarefa de decidir entre dois pré-candidatos que, assim como a esmagadora maioria das figuras públicas do PMDB, construíram suas trajetórias políticas percorrendo o longo caminho que liga as instâncias de base partidárias ás instituições da República. A legitimidade desta tradição está simbolizada pelo fato de que a responsabilidade por esta escolha estará nas mãos de peemedebistas que ocupam hoje cargos partidários e institucionais, como Pedro Simon e Mendes Ribeiro Filho.

Devemos nos orgulhar deste processo de escolha, não só porque ele confirma a tradição democrática do PMDB, que sempre escolheu seus candidatos respeitando a vontade da sua militância, seja pelo resultado das disputas internas, seja pelo consenso expresso pelas suas bases. Foi assim como Pedro Simon, Antonio Britto, Germano Rigotto e José Fogaça.

Devemos nos orgulhar, sobretudo, porque mais uma vez podemos oferecer ao nosso Estado, políticos da envergadura de José Ivo Sartori e Paulo Ziulkolski, para enfrentar o complexo desafio de mais uma vez inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável em território gaúcho, como já o fizemos nas três oportunidades em que governamos o RS.

Frente a esta vantagem comparativa com outros partidos, nosso debate interno, que norteará a decisão no dia 15 de março, não pode correr o risco de “transformar uma causa boa sob todos os aspectos numa causa fraca”, abusando de argumentos politicamente fracos. Se optássemos por este caminho, anteciparíamos nossa derrota, diminuiríamos nossa história, dividiríamos nosso partido e apequenaríamos nossas pré-candidaturas, restando apenas o bate boca estéril, pautado pela velha máxima ira et studium, ou seja, pelo ressentimento e pelo preconceito.

O que está posto para o PMDB do RS é a escolha de um candidato para vencer as duras eleições deste ano e governar um Estado com uma enorme gama de dificuldades e cuja governabilidade futura já é posta em questão. Um candidato que saiba compreender o extraordinário momento em que vivemos, expresso pelo conjunto de problemas acumulados no RS e que somado ás rápidas transformações que ocorrem, diariamente no Brasil e no mundo, aos quais os gaúchos estão irrevogavelmente conectados, exigirão dele cada palmo de experiência acumulada como gestor público.

Pelos êxitos colhidos e reconhecidos  como Prefeito eleito e reeleito de Caxias do Sul, um dos municípios mais pujantes do Estado, creio que José Ivo Sartori é o pré-candidato com a capacidade já testada para criar um ambiente social, político e econômico propício ao diálogo e ao desenvolvimento; com a experiência necessária para propor uma nova forma de financiamento do Estado; com a autoridade exigida para liderar um novo pacto federativo; com o equilíbrio exigido para arbitrar interesses corporativos; com disposição para inserir o RS no cenário internacional, abrindo novas possibilidades de financiamento e cooperação descentralizada. Além de tudo, um militante partidário que adotará como ponto de partida o zelo pela unidade do PMDB e o respeito por sua militância.

Estas são as linhas gerais de uma plataforma política e de governo representativa deste momento e que podem elevar nosso debate interno. Plataforma capaz de manter um diálogo programático com os municípios, com o governo federal e com as cidades que se destacam na globalização pela criatividade e inovação com que enfrentam a reforma urbana, o aquecimento global, a mobilidade, a integração metropolitana, o uso de fontes de energia limpas, numa agenda de significativo impacto nos municípios. Plataforma que confira coerência á nossa política de alianças com outros partidos, erguendo um muro de contenção ao clientelismo, ao compadrio e ao exercício da política como permuta de cargos e recursos.

São nestes momentos extraordinários que o PMDB aparece na cena pública como fundador de um novo ciclo de desenvolvimento, contando com a confiança do povo gaúcho, com quem construiu uma sólida identidade. Estamos em mais um destes momentos, a exemplo daqueles em que “a esperança e a mudança” elegeram Pedro Simon, Antonio Britto e Germano Rigotto. Pois agora, elegerão José Ivo Sartori, do PMDB.


Sebastião Melo
Ex-preidente do PMDB Porto Alegre
Ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Porto Alegre
Vice-prefeito de Porto Alegre