“A mística é o diferencial da fé”, confidenciou-nos Dom Jaime e eu pensei cá comigo se não é esta a diferença que vi expressa nos olhos e nos movimentos dos devotos que lavavam as escadarias do Paço com ervas de cheiro, ao mesmo tempo em que invocavam a espiritualidade e a prosperidade para o povo de Porto Alegre. Ou manifesta nas palavras do Arcebispo, que robustas de otimismo e vontade mais pareciam a ação transformadora já em andamento.
Duas formas de explicar o mundo – nossa origem, nosso papel na Terra e nosso destino – mas que na prática fazem brotar nos nossos bairros uma imensa obra social, que não começa e não termina nas Casas de Religião, nos Terreiros e nas Igrejas, mas que se pereniza, independente da vida e da morte, na cultura da tolerância, da caridade, da justiça, da confiança e da coesão social em nossas comunidades.
Nas palavras e nas atitudes de Pai Paulinho de Ogum Xoroquê e de Dom Jaime, tradição e mudança convivem como para dar uma medida de julgamento aos mais jovens do tanto que é preciso lembrar e conservar e, aos mais velhos, do outro tanto que é preciso arquivar e transformar.
Temos muito a aprender e fazer juntos.
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