sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Sartori e a verdade na política

Várias razões são apontadas pelos especialistas como sendo as faíscas que incendiaram o Brasil nas Jornadas de Junho de 2013. Dentre elas, penso eu, o caráter da política e a forma como os políticos a exercem foi a mais explosiva.

Faz tempo, no mundo todo, as pessoas atribuem à política os vícios da mentira e da dissimulação. No coração deste juízo estão as promessas feitas nas disputas eleitorais, para arrecadar votos, e que viram pó - ou tergiversação - depois de abertas as urnas e declarado o vencedor.

Não é por acaso que a atitude de José Ivo Sartori é destacada na coluna de Rosane de Oliveira, na ZH de hoje (Clique aqui para ler). De fato, dizer a verdade na política tornou-se surpreendente. Não deveria.

O ex-prefeito de Caxias do Sul e candidato a governador tomou sua decisão num momento difícil, quando as cartas estão sobre a mesa e uma má aposta pode significar a derrota nas eleições.

O roteiro proposto pela lógica tradicional da política sugeria que Sartori assinasse um documento se comprometendo com o piso do magistério, sem qualquer contrapartida da categoria como, por exemplo, alterações no plano de carreira. Cumprido o roteiro, acumularia alguns votos e jogo jogado. Mas ele não blefou:

"– Os professores têm de oferecer uma contrapartida. Não podem ter só exigências. Isso vai fazer parte da conversa. Onde vamos arrumar o dinheiro? Ou temos todos boa vontade ou vamos ficar nessa postura antiga de continuar com o conflito."

O piso do magistério é o caso típico que contribui para o desprezo nutrido por parte da população com a política. Foi prometido pelo atual governador, mas.....

Com esta atitude, Sartori, um educador, antes de político, passa aos gaúchos e aos demais candidatos o seguinte tema de casa:

"Para resgatar o caráter da política, não podemos ganhar eleições de qualquer maneira".

Parabéns, Sartori!!

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